As terras que na atualidade conhecemos como Brasil foram ocupadas, primeiramente, há milhares de anos, por alguns grupos humanos que, apesar de pouco numerosos, deixaram vestígios de sua existência.
Em vários pontos do Brasil, achados arqueológicos importantes ajudam a compor cada vez mais a história do povoamento americano. No Parque Nacional da Serra da Capivara, no município de São Raimundo Nonato, sudoeste do Piauí, por exemplo, foram encontradas centenas de pinturas rupestres na chamada toca do Boqueirão da Pedra Furada. As pinturas representam aspectos do dia a dia, ritos e cerimônias dos antigos habitantes da região, além de figuras de animais, alguns já extintos. Nas escavações ali realizadas, os pesquisadores encontraram ferramentas, restos de utensílios de cerâmica e sepultamentos.
Observe o mapa que retrata alguns dos mais importantes sítios arqueológicos existentes no Brasil.
Sítios arqueológicos do Brasil
Mais ao sul do território brasileiro, vestígios arqueológicos revelaram que existiam na região grupos basicamente de caçadores. A região da bacia do rio Paraná era habitada por grupos tupis e guaranis, que viviam em pequenas aldeias e formavam uma sociedade igualitária, já aproximadamente mil anos antes de os portugueses aqui chegarem em 1500.
Entre esses grupos, a propriedade era de todos. Praticavam o cultivo do milho e da abóbora, complementando a sua alimentação com a pesca, a caça e a coleta de frutos. Conheciam a cerâmica e também enterravam seus mortos em urnas. Partiram do Sul, numa longa migração para o Norte e ocuparam quase todo o litoral brasileiro.
Há mais de 7 000 anos, os índios desbravaram as terras que formam hoje o estado do Paraná. Eles abriram um sistema de caminhos denominado Peabiru, que cortava essas terras no sentido leste-oeste.
Todos os anos, migravam para o litoral e voltavam aos planaltos no inverno.
No Paraná existem pinturas rupestres produzidas por grupos que viveram há aproximadamente 10 000 anos na região.
A arte rupestre pode ser entendida como uma forma de comunicação por meio de desenhos e símbolos praticada por estes seres humanos, cujos significados reais das figuras, produzidas em outros períodos, são difíceis de serem interpretados.
Atualmente, no estado do Paraná, são conhecidos cerca de 70 abrigos e cavernas com pinturas rupestres.
No centro-leste do estado, em Ponta Grossa, Tibagi e Piraí do Sul, como é o caso de Guartelá, as pinturas geralmente têm cores vermelhas e marrons. Existem várias representações de animais enfileirados, sobrepostos, além de cenas de pesca.
Nos municípios de Sengés e Jaguariaíva, no nordeste do estado, existem também muitos abrigos cujas pinturas em vermelho e marrom representam figuras geométricas que ainda se encontram em estudo.
Já a existência de sambaquis, montanhas de resíduos alimentares, como restos de conchas (de ostras, de berbigão e de marisco) e resíduos de animais marinhos, ossos de peixes e de baleias, deixados por grupos que viveram na região em tempos muito remotos, demonstra que muitos deles se tornavam sedentários.
Uma vez que o alimento era tão abundante, alguns desses grupos não precisavam mudar constantemente de local.
Existem aproximadamente 340 sambaquis espalhados pelo litoral paranaense. Estas estruturas formadas por conchas, restos e fragmentos de flechas, machados e até ossos são importantes para o estudo e conhecimento sobre como viviam as populações pré-históricas da região.
Os sambaquis do Guaraguaçu estão situados na margem direita do rio Guaraguaçu, cerca de 6 quilômetros ao sul da baía de Paranaguá, no município de Pontal do Paraná.
Sítios arqueológicos: locais onde foram encontrados vestígios deixados pelos seres humanos do passado. Pode ter sido um lugar de moradia, um cemitério ou, ainda, um abrigo improvisado utilizado para caçadas, por exemplo.
Urnas: recipientes que contêm as cinzas dos mortos.
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By Sanderlei Silveira
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